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Missão da UEPG no Japão reforça parcerias internacionais

A comitiva brasileira foi recebida pelo reitor e vice-reitor da UT, Nagata Kyosuke e Kato Mitsuyasu

De 12 a 21 de abril, a Universidade Estadual de Ponta Grossa, representada pelo reitor Miguel Sanches Neto, participou de uma missão voltada à internacionalização e às parcerias entre as universidades do Brasil e do Japão
De 12 a 21 de abril, a Universidade Estadual de Ponta Grossa, representada pelo reitor Miguel Sanches Neto, participou de uma missão voltada à internacionalização e às parcerias entre as universidades do Brasil e do Japão -

Publicado por Luciana Brick

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De 12 a 21 de abril, a Universidade Estadual de Ponta Grossa, representada pelo reitor Miguel Sanches Neto, participou de uma missão voltada à internacionalização e às parcerias entre as universidades do Brasil e do Japão, com o apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti-PR) e da Fundação Araucária (FA).

Uma das principais visitas foi realizada na Universidade de Tsukuba (UT). Fundada em 1973 com o objetivo de instaurar um novo e mais aberto sistema de educação e pesquisa no Japão, a UT é a responsável por estreitar laços com países da América Latina. Sanches Neto explica que a internacionalização no Japão é setorizada: a cada universidade cabe estabelecer vínculos com uma determinada região do planeta. 

A comitiva brasileira foi recebida pelo reitor e vice-reitor da UT, Nagata Kyosuke e Kato Mitsuyasu. O Diretor de Ensino Superior da Seti, Osmar de Souza, explicou que o objetivo foi dar continuidade às tratativas iniciadas pelo Governador do Estado, Ratinho Júnior, e o secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, que estiveram no Japão, em março de 2023.

“Estivemos em instituições de ensino superior como as universidades de Tsukuda, Sophia, Kyoto, Hyogo, Kobe. E, além de conhecer pesquisadores das áreas de interesse, ampliamos nosso conhecimento sobre as afinidades das nossas universidades com as japonesas. Embora distantes geograficamente, temos muitos interesses e preocupações em comum”, disse o diretor. 

Entre as áreas definidas como potenciais para o desenvolvimento de pesquisa em conjunto e troca de tecnologias, está a de alimentos funcionais. O Paraná tem estruturado o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Alimentos Saudáveis, que envolve pesquisadores das universidades e centros de pesquisa e, também, de ambientes de inovação, como o Parque Científico e Tecnológico de Biociências (Biopark), em Toledo, na região Oeste do Paraná. 

A próxima etapa para o andamento dos acordos entre o estado do Paraná e o Japão é a visita de pesquisadores japoneses às universidades públicas estaduais, para então iniciar os convênios para o intercâmbio de estudantes da graduação e da pós-graduação. Para Sanches Neto, “existe uma complementaridade na diversidade dos dois países. Nós temos uma história que se entrelaça, não foi só a imigração que aconteceu e é coisa do passado. Há um vínculo permanente entre esses dois países”. 

Ramiro Wahrhaftig, presidente da Fundação Araucária, ressalta que o Paraná tem uma tradição longa de cooperação em ciência e tecnologia com o Japão. “Desde a implantação do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), nos anos 1980, a cooperação com o Japão foi fundamental. Isso foi possível graças a uma cooperação com Hyogo financiada pelo governo japonês e pelo governo do Paraná”. 

O presidente ainda reforça que ao longo das últimas décadas, a geopolítica do Japão se transformou, fazendo com que o país ampliasse possibilidades para novos parceiros ao redor do mundo. Além dos acordos da UEPG com a UT, já existem tratativas em andamento, por meio do Escritório de Relações Internacionais (ERI-UEPG), para facilitar a mobilidade de estudantes e pesquisadores de diversas áreas nas universidades de Hyogo, em Kobe, e Sophia, em Tóquio, cujo interesse é compartilhar estudantes de língua portuguesa com o Brasil.

A missão

Com foco no desenvolvimento do ensino superior e no estreitamento de laços entre as universidades brasileiras e japonesas, visando a produção de conhecimento e o avanço na indústria e no comércio, a missão foi articulada por Luiz Nishimori, deputado federal que integrou a comitiva representando a comunidade japonesa no Brasil e no Paraná. Uniram-se ao deputado, ao reitor da UEPG, e a Osmar de Souza, empresários paranaenses das áreas médica, do comércio e da educação básica.

Nishimori descreve que a 53° Missão Econômica Diplomática e de Amizade Brasil-Japão priorizou a área de Educação para o desenvolvimento científico e aplicação de prótons no tratamento de câncer. “Tivemos inúmeras reuniões com empresas e autoridades japonesas, o que fortalece ainda mais os laços de cooperação e proporciona projetos em parceria para o desenvolvimento das duas nações”. Segundo ele, já foram contabilizados muitos resultados das missões anteriores, como a exportação de aves e suco de laranja para o Japão, hoje cerca de 80% da carne de frango consumida no Japão é do Brasil. “E com certeza vamos colher bons frutos desta edição da Missão Econômica”.

A programação incluía, além das visitas oficiais às universidades já mencionadas, visita à embaixada do Brasil em Tóquio, reuniões com representantes políticos no parlamento japonês, encontro com lideranças dekasseguis, visitas a escolas para brasileiros na cidade de Hamamatsu, onde também houve um encontro com o cônsul do Brasil. 

“Essa missão pegou todas as camadas da sociedade japonesa. Todos estavam fascinados. Esse vínculo tem que ir além e ser cada vez mais um vínculo de pesquisadores, estudantes, professores, por meio das universidades – este é o principal objetivo da minha presença lá, estreitando então as possibilidades de internacionalização”, destaca Sanches Neto. 

O reitor da UEPG conta que uma das agendas discutia a possibilidade de abrir um polo EAD das universidades paranaenses em Hamamatsu, capital dos dekasseguis no japão, e completa: “também visitamos a cidade irmã de Curitiba, que é Himeji e a cidade irmã de Maringá, que é Kakogawa. Nessas visitas, sempre com o prefeito dessas cidades, a gente destacou a importância da educação e a importância das relações diretas entre a comunidade dessas cidades e as comunidades paranaenses”. 

Japão e Paraná

O processo de imigração japonesa no Brasil iniciou em 1907 e movimentou a economia cafeeira. Em novembro do mesmo ano, após a promulgação da Lei da Imigração e Colonização, o empresário e político japonês Ryu Mizuno acordou com Carlos Arruda Botelho, então secretário da Agricultura de São Paulo, a introdução de 3 mil imigrantes japoneses num período de três anos. No dia 28 de abril de 1908, o navio Kasato Maru deixou o Japão com 165 famílias japonesas a caminho das terras brasileiras.

No estado do Paraná, as primeiras colônias começaram a se estabelecer somente em 1912, em Curitiba, e em 1914 no Nordeste e no Norte do estado. Atualmente, o Paraná conta com a segunda maior colônia de descendentes de japoneses do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo. 

Em julho de 2023, aconteceu o evento Study in Japan, proporcionado pelo Consulado Geral do Japão em Curitiba. Em 2024, foi a vez dos paranaenses visitarem a terra do sol nascente. “A missão como um todo foi extremamente importante para o maior conhecimento das estruturas representativas do Japão, o que permite que a gente consiga fazer convênios muito mais próximos da realidade dos dois países. As possibilidades são muito grandes”, finaliza o reitor da UEPG.

Das Assessorias

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