Professora representa UEPG em oficina por teleconferência
A teleconferência ocorreu no âmbito das atividades de capacitação desenvolvidas dentro da Rede Paranaense de Atenção à Saúde Bucal do Estado
Publicado: 16/04/2018, 12:17
A teleconferência ocorreu no âmbito das atividades de capacitação
desenvolvidas dentro da Rede Paranaense de Atenção à Saúde Bucal do Estado
A professora doutora do
Departamento de Odontologia da UEPG, Ana Cláudia Rodrigues Chibinski, tratou de
tema relacionado à Odontologia Minimamente Invasiva e Tratamento Restaurador
Atraumático (ART), no âmbito das atividades de capacitação desenvolvidas dentro
da Rede Paranaense de Atenção à Saúde Bucal do Estado, na sexta-feira (13 de
Abril), na sede da III Regional de Saúde – Ponta Grossa (Rua Doutor Paula
Xavier, 743 – Vila Estrela). O evento de saúde teve organização através da
coordenação de saúde bucal na pessoa de Erika Feller. A professora Ana Cláudia
representou a UEPG na teleconferência que teve na organização também a
Secretaria de Estado da Saúde.
Como relata Ana Cláudia a
teleconferência foi transmitida em tempo real para todas as regionais de saúde
do Paraná, ou seja, 22 regionais que abrangem todo o Estado. Participaram da
atividade cirurgiões-dentistas que atuam na Rede Pública de Saúde dos mais de
300 municípios do Paraná. A Rede de Atenção à Saúde Bucal busca estimular a
promoção da saúde, prevenção e o controle das doenças bucais, com ações de
educação permanente dos profissionais da área, objetivando a melhoria do
atendimento aos cidadãos paranaenses de todas as idades.
Conceitos Contemporâneos
Por este contexto, busca-se a
implantação de uma filosofia de tratamento odontológico condizente com os
princípios da Odontologia Minimamente Invasiva e Tratamento Restaurador
Atraumático para controle da doença cárie, que foi o objeto principal da
videoconferência, segundo Ana Cláudia. A videoconferência dividiu-se em dois
momentos. Na manhã da sexta-feira, os profissionais foram capacitados a
respeito da Odontologia Minimamente Invasiva e Tratamento Restaurador Atraumático
(ART). A professora ressalta que a ideia central desses conceitos
contemporâneos da Odontologia é tentar paralisar a progressão da doença cárie
por métodos não invasivos ou minimamente invasivos.
A professora explica que no
tratamento restaurador atraumático são associados métodos de controle de cárie
não invasivos, como controle de dieta e higiene e fluorterapia a restaurações
atraumáticas (quando já existem lesões cavitadas de cárie) e selantes ART. “A
partir da remoção parcial e seletiva de dentina cariada, podemos realizar a
restauração da cavidade e promover a remineralização da dentina afetada mantida
na cavidade”. Desta forma, evitam-se os desgastes desnecessários de tecido
dental e a necessidade de tratamentos odontológicos mais complexos, como
endodontias e até mesmo exodontias.
Durante a manhã, Ana Cláudia
conta que foram apresentados aos presentes os referenciais teóricos e casos
clínicos com acompanhamento longitudinal de pacientes tratados nessa modalidade
de tratamento restaurador. Quando salienta que se trata da linha de pesquisa na
qual trabalha nos cursos de mestrado e doutorado em Odontologia da UEPG, ela
posiciona que o momento possibilitou apresentar aos profissionais presentes à
sua experiência pessoal como pesquisadora e dentista clínica dentro da
Odontologia Minimamente Invasiva.
Restaurações ao Vivo
Para a tarde, houve um workshop
de restaurações atraumáticas e selantes ART. Nesta dinâmica, a professora
realizou as restaurações ao vivo e em tempo real, demonstrando em dentes
extraídos toda sequência das etapas envolvidas na condução desses procedimentos.
Paralelamente, em cada uma das regionais, os profissionais também acompanharam
os passos descritos e realizaram as restaurações em modelos previamente
preparados por eles. Nesta etapa, segundo Ana Cláudia, a preocupação foi
treinar os profissionais e desenvolver as habilidades necessárias para a
correta execução do procedimento.
Durante todo o tempo, houve
interação com os profissionais que participaram da ‘workshop’. Eles puderam
realizar perguntas e ‘tecer’ comentários, numa interação entre as regionais e a
professora. Nessa atividade, ocorreu também a participação de Mayara Gevert,
aluna do doutorado em Odontologia da UEPG. “O que se observa na literatura
científica ao redor do mundo é que a implantação do Tratamento Restaurador
Atraumático é capaz de modificar o atendimento odontológico em serviço público,
ampliando o número de pacientes que recebem atendimento”.
Eficaz e Abrangente
Por ser uma técnica que não exige
equipamentos sofisticados ou materiais caros, de acordo com Ana Cláudia, não
requer modificações nos serviços para sua implantação e tem uma característica
bastante interessante: “é um tratamento inclusivo, que pode ser indicado em
dentes decíduos e permanente, em pacientes infantis, adolescentes e adultos, em
pacientes portadores de necessidades especiais e idosos”. Desse modo, como
acentua a professora, se constitui em um tratamento facilmente aplicado no
serviço público.
Não exige investimento financeiro
alto para ser aplicado, apenas investimento em capital humano – e a capacitação
que já vem sendo feita pela Secretaria de Saúde, como ressalta Ana Maria.
“Devemos mudar os paradigmas do modelo ultrapassado de Odontologia, que visava
simplesmente a restauração de cavidades, com um ciclo restaurador repetitivo. O
modelo agora proposto é mais eficaz e abrangente, ou seja, ao invés de
restaurações, vamos tratar a doença cárie, controlando os fatores que
influenciam na progressão e desenvolvimento das lesões”.
Saúde Bucal em Rede
Como um dos maiores projetos
lançados no Paraná, a Rede de Atenção à Saúde Bucal visa garantir mais
qualidade, eficiência e eficácia nos serviços públicos da área. O programa
estende benefícios aos 399 municípios paranaenses. A rede mantém parceria com
as universidades estaduais de Ponta Grossa (UEPG), Maringá (UEM), Londrina
(UEL) e Oeste do Paraná (Unioeste) que recebem recursos do Estado direcionados
a obras, equipamentos e oferta de cursos de capacitação para dar suporte aos
profissionais da odontologia dos municípios.
A Rede preocupa-se em fortalecer
a integração ensino-serviço e oferecer capacitação aos profissionais em saúde
bucal, a exemplo de cirurgiões dentistas, técnicos e auxiliares de saúde bucal.
Com lançamento em 03 de abril de 2014, em Londrina (PR), o evento que iniciou a
trajetória da Rede Paranaense de Saúde Bucal e contou com a presença de mais de
800 pessoas, entre representantes dos municípios e universidades, e dirigentes
de entidades ligadas à odontologia.
Mudar Conceito
A visão da Rede está em mudar o
conceito da assistência à saúde, feita de forma pontual e isolada, para o de
atenção à saúde em que o sentido “cuidador” é fortalecido. Os trabalhos da Rede
visam a estimular a promoção da saúde, prevenção e o controle das doenças
bucais, a partir de um modelo de gestão articulado com as demais áreas
governamentais - e a sociedade civil.
Trata-se de iniciativa com bases
definidas que traz em seus resultados o trabalho estratégico desenvolvido pela
Secretaria de Estado da Saúde, em sua preocupação em investir na educação
permanente dos profissionais da área. Nesta atenção, o objetivo é a melhoria do
atendimento aos cidadãos paranaenses de todas as idades.
Informações Assessoria de Imprensa UEPG