Pela segunda vez na história, alunos ocupam reitoria em sinal de protesto | aRede
PUBLICIDADE

Pela segunda vez na história, alunos ocupam reitoria em sinal de protesto

VÍDEO
| Autor:

Após 30 anos, alunos voltam a ocupar a Universidade Estadual de Ponta Grossa. Em 1986 alunos do curso de Agronomia tomara o centro administrativo.

A quarta-feira entrou para a história da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) de maneira conturbada. Pela segunda vez em seus quase 47 anos de existência, a reitoria da instituição foi ocupada por um grupo de estudantes. Algo semelhante havia ocorrido somente em 1986 quando alunos do curso de Agronomia tomaram o centro administrativo da Universidade que ainda ficava no campus Central, nas dependências da Praça Santos Andrade. De posse de animais, eles entraram no prédio reivindicando melhorias para a graduação.

Exatos trinta anos depois, em meio a uma paralisação dos professores deflagrada na última quinta-feira, o Comando de Greve Estudantil da Instituição decidiu seguir o mesmo caminho. Usando um dos acessos laterais do prédio localizado na entrada do campus de Uvaranas, um grupo de pelos menos 30 pessoas conseguiu colocar em prática a ocupação. A ação só foi possível depois que um jovem - sem identidade revelada - derrubou uma porta de vidro a chutes. Os estilhaços atingiram os próprios manifestantes. A atitude foi filmada por funcionários da UEPG. O vídeo pode ser conferido no portal aRede.

Os manifestantes afirmaram que a decisão em ocupar o prédio foi tomada na última segunda-feira, durante uma assembleia geral. Nela, os alunos demonstraram apoio ao movimento dos docentes e elencaram outras reivindicações. Dentre elas estão um posicionamento oficial da reitoria frente a PEC 241 (que implanta um “teto” nos gastos públicos) e a polêmica Medida Provisória (MP) 746/2016 que flexibiliza a grade curricular e carga horária do Ensino Médio. Os estudantes também pedem a negociação por um preço mais justo no Restaurante Universitário (RU); reformulação no Plano de Assistência Estudantil; melhorias na segurança dentro do campus de Uvaranas e a suspensão do Calendário Estudantil. Eles ainda manifestaram apoio às ocupações dos colégios estaduais, especialmente a do Colégio Estadual Agrícola Augusto Ribas, instalado nas proximidades da UEPG. 

Em razão do ocorrido, todas as atividades administrativas das pró-reitorias e órgãos suplementares lotados no prédio administrativo ficarão impedidas de serem realizadas até a efetiva desocupação do espaço, segundo nota enviada pela reitoria da Universidade. “Assim, ficam inviabilizados serviços e atividades vitais para o funcionamento da Instituição, tais como a confecção da folha de pagamento, de empenhos e pagamentos a bolsistas e fornecedores, acompanhamento de convênios, liberação de diárias e carros e a documentação acadêmica, dos servidores e aposentados emitida pelas pró-reitorias”, completava o documento. A reitoria endossou ainda o direito de livre manifestação pacífica e ordeira. Todavia, repudiou atos de violência, constrangimento e depredação do patrimônio público. 

Um grupo de estudantes passou a noite acampado na reitoria. Não existe previsão para o fim da mobilização. 

Funcionário diz ter sido agredido por manifestantes 

O chefe da Procuradoria Jurídica da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), João Irineu de Rezende Miranda, relatou uma agressão durante a ocupação do prédio ocorrida ontem. O funcionário contou que foi acertado por chutes e socos, além de ter uma das mãos cortadas decorrente de um vidro quebrado. “As portas de metal foram quebradas. Acertaram um vidro que acabou cortando meu dedo”, desabafou. Ele irá registrar um Boletim de Ocorrência (B.O) e fazer um exame de corpo delito. A intenção é comprovar as agressões. Sem gravar entrevista, os manifestantes negaram as acusações e afirmaram que o funcionário teria escorregado no momento da ocupação e, inclusive, foi auxiliado pelos estudantes.

Greve dos professores entra no sexto dia 

Paralelamente a ocupação da reitoria, a greve dos professores da UEPG entra hoje em seu sexto dia de duração. Na agenda está a realização de piquetes em ambos os campi pela manhã e a tarde. O Comando de Greve deve se reunir às 14h30 na sede da Seção Sindical dos Docentes da UEPG (Sinduepg). Por fim, um ato em Defesa da Educação, com concentração às 17 horas na Praça Barão de Guaraúna, marcará o encerramento das atividades na quinta-feira. Até o fechamento desta edição o Sindupeg não havia se posicionado oficialmente em relação a ocupação do prédio da reitoria. 

PUBLICIDADE

Participe de nossos

Grupos de Whatsapp

Conteúdo de marca

Quero divulgar right

PUBLICIDADE