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Brasil reconhece a paixão da torcida alvinegra

Único time de Ponta Grossa, Operário caiu no estadual, ficou sem divisão, mas não foi abandonado em momento algum pelos torcedores

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João Vitor Rezende

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Único time de Ponta Grossa, Operário caiu no estadual, ficou sem divisão, mas não foi abandonado em momento algum pelos torcedores

Na véspera da decisão, um treino aberto recebeu torcedores para apoiar os jogadores do Operário antes da final da Série C. Enquanto entravam em campo, os jogadores eram cumprimentados um por um, por membros da torcida, e retribuíam o carinho. A vida de torcedor é diferente no Germano Krüger.

Único time profissional de Ponta Grossa, o Operário tem uma relação quase familiar com sua torcida. Os atletas conhecem os que sempre estão no estádio, chamam pelo nome. Pode faltar dinheiro e exposição para o clube, se comparado a outras equipes do futebol brasileiro. Mas a paixão nunca será deixada para trás. E ela foi muito testada nos últimos anos.

Quando o Operário entrar em campo neste domingo, pela final da Série C um filme vai passar na cabeça dos torcedores do Fantasma. Isso porque, não faz muito tempo, o clube trafegava entre as divisões inferiores do futebol brasileiro. Há menos de três anos, o clube foi rebaixado no Campeonato Paranaense e não tinha nem uma divisão para disputar o Campeonato Brasileiro.

Com a conquista da Taça FPF, em 2016, o Operário garantiu uma vaga na Série D do ano seguinte. Foi aí que a maré do time mudou de vez. Em sua primeira campanha de volta ao Campeonato Brasileiro, o Alvinegro superou qualquer expectativa. Garantiu o acesso e ainda levantou a taça, o seu primeiro título nacional. Neste domingo, um ano depois, começa a decidir o segundo.

Todas essas conquistas estão eternizadas na história do clube e na pele de Bruno Ricardo, que mostra com orgulho a tatuagem feita na perna esquerda: o escudo do clube e as estrelas de cada título mataram uma vontade que ele já tinha há muito tempo.

"Eu já queria ter uma tatuagem do time. Na Série D, fiz uma primeira promessa que seria pelo acesso. Fiquei sem cortar a barba durante um ano. Aí para o título tinha que ser algo mais impactante. Como já tinha essa vontade, prometi a tatuagem. Aí conforme ganhamos os títulos, atualizo com mais datas embaixo do escudo. Se ganhar esse ano, vai ter 2018 ali", contou.

Mas nem tudo foram flores nas promessas feitas e cumpridas por torcedores do Operário. Durante viagem ao Rio de Janeiro, em 2015, Jean Martins prometeu subir três lances de escada do Cristo Redentor se o clube fosse campeão paranaense. A conquista veio, mas a promessa não foi cumprida de imediato. No ano seguinte, o Fantasma foi rebaixado para a segunda divisão do estadual e a promessa voltou para assombrá-lo. Foi só em 2018, quando Jean teve condições financeiras para isso, que ela foi cumprida. Mas ele ainda é alvo de brincadeiras por isso. Muitos o consideram um dos culpados pelo rebaixamento, por não ter cumprido a promessa logo após o título.

"Não sei nem contar quantas loucuras já fiz pelo Operário. Já cruzei esse campo de joelhos, quando o Operário subiu para a Série A do Paranaense, em 2009. Para eles, o time caiu porque eu não paguei a promessa. Em 2017, eu não fui lá e não subimos, mas fomos coroados com o título da Série D. Eu sabia que eu devia essa promessa. Esse ano, fui lá, paguei essa promessa e estamos novamente na final" lembrou.

E a fase recente do Operário tem cativado alguns torcedores mais novos. Vitória Testa, de 15 anos, é um desses exemplos. Acompanhando o time há pouco mais de um ano, viu a equipe ser campeã da Série D e agora torce por mais um título. Ela também não ficou de fora das promessas, e já cumpriu a sua.

Durante a viagem para Recife, para acompanhar o time contra o Santa Cruz nas quartas de final, jurou que cruzaria o campo de joelhos se o Fantasma conquistasse o acesso. A vaga veio, e a travessia foi realizada duas semanas depois, após o triunfo sobre o Bragantino, nos pênaltis.

"Eu não consegui atravessar logo no jogo de volta contra o Santa Cruz, fiquei muito tempo conversando com os jogadores, pegando autógrafos e não deu. Tive que cumprir contra o Bragantino. Entrei, atravessei, a torcida começou a acompanhar. Quando cheguei perto do gol, começaram a cantar: gol, gol, gol!",  recordou. 

É graças à fé de torcedores como esses que, apesar de tudo que já passou, o Operário sobrevive. Mais do que isso, cada vez mais, alcança novos espaços no futebol brasileiro.

Com informações da CBF

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