Levantamento mostra recuperação do emprego

Após perder milhares de vagas entre 2015 e 2016, os municípios dos Campos Gerais estão mostrando uma reação no mercado de trabalho desde o ano passado. Somente nesse ano, por exemplo, no primeiro semestre, 1,1 mil vagas de trabalho foram recuperadas. As informações estão no boletim “A dinâmica do emprego nos Campos Gerais”, produzido pelos pesquisadores do Núcleo de Economia Regional e Políticas Públicas (Nerepp) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O levantamento foi feito pela professora doutora Augusta Pelinski Raiher, do Curso de Economia da UEPG e dos programas de Pós-Graduação em Economia e em Ciências Sociais da Instituição, que também assina o documento. 

Conforme o estudo, que traz um panorama completo, com a análise do emprego em 19 municípios dos Campos Gerais, o ano de 2016 foi bastante negativo, com mais de 10 mil vagas perdidas. O boletim mostra que apenas Palmeira (+93), Curiúva (+69), Imbaú (+10), Piraí do Sul (+8) e São João do Triunfo (+7) elevaram os postos de trabalho em relação a 2015. No final, criou-se 187 empregos nos Campos Gerais e perdeu-se 10525 em 2016. Os dois municípios que mais reduziram vagas foram Ortigueira (-5757) e Carambeí (-2048). Essa perda representou, respectivamente, 67% e 21% dos empregos que tinham em 2015. 

No primeiro caso, o de Ortigueira, é justificável: as reduções aconteceram na indústria (-1850) e na construção civil (-3696), frutos do término das obras do Projeto Puma, da Klabin, que movimentou mais de 10 mil vagas de emprego temporárias entre 2013 e 2016. Em Carambeí, a retração ocorreu em âmbito industrial.

Já em 2017, Ortigueira ampliou o número de contratados, repondo 98 vagas das perdidas no ano anterior. Carambeí, porém, perdeu mais postos de trabalho, 137 no total. Foi a segunda maior queda regional, já que o pior desempenho foi registrado em Jaguariaíva, quando 318 postos de trabalho foram perdidos. Outras cidades que reduziram vagas foram Ventania (-108), Porto Amazonas (-53), Imbaú (-43), Curiúva (-7). Até o final de 2017, a maioria dos municípios não tinha recuperado as vagas perdidas em relação ao acumulado até 2015. 

Por outro lado, no primeiro semestre de 2018, dos 19 municípios, apenas sete tiveram um saldo negativo. O pior desempenho é de Piraí do Sul, onde 455 vagas foram perdidas, seguido por Carambeí, que reduziu mais 201 postos de trabalho. Também ficaram negativas Reserva (-90), Tibagi (-46), Imbaú (-34), Telêmaco Borba (-32) e Ipiranga (-32). Já os melhores desempenhos ficaram por conta de Ponta Grossa (+551), Jaguariaíva (+413), Castro (+251), e Ortigueira (+193). “A questão é que nos últimos anos houve um dinamismo diferenciado no que se refere à geração de empregos entre esses municípios”, explica a professora responsável pelo estudo.

Quase 700 vagas foram perdidas entre os com 50 e 64 anos

Um fato que chamou bastante a atenção da pesquisadora é o número de vagas perdidas entre as pessoas com mais idade. O levantamento mostrou que 366 vagas foram perdidas, apenas em Ponta Grossa, entre os que possuem entre 50 e 64 anos. Em toda a região, esse valor chegou a -693. Já entre os com mais de 65 anos, houve a redução de 36 vagas em Ponta Grossa e de 86 vagas na região. Esses números são preocupantes especialmente pela alteração na fórmula da aposentadoria, da necessidade de mais tempo de trabalho para obter o benefício. Por outro lado, a faixa etária com o maior número de contratações foi a entre 18 e 24 anos: o saldo foi positivo em 973 para esses jovens em Ponta Grossa, valor que saltou para 1.959 em toda a região dos Campos Gerais. O estudo pode ser acessado no endereço http://www2.uepg.br/nerepp/.