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Chuvas não revertem quebra na safra de inverno

Longo período sem chuvas entre julho e agosto já trouxe prejuízos irreversíveis aos cultivos de inverno

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Fernando Rogala

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O longo período sem chuva entre julho e agosto prejudicou, de forma irreversível, parte da produção agrícola do cultivo de inverno na região dos Campos Gerais. Mesmo com as chuvas acumuladas nos últimos dias, a perspectiva de perdas é de pelo menos 10%, segundo levantamentos já realizados pelo núcleo regional do Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento. Número o qual poderia ser ainda pior se a chuva não caísse, já que o trigo, principal cultivo dessa época, já está na fase de floração e frutificação. 

Conforme explica Luiz Alberto Vantroba, economista do Deral em Ponta Grossa, a estimativa era de uma safra de trigo com um rendimento de 3,5 mil quilos por hectare. Valor que, multiplicado pela área de 118,1 mil hectares, deveria totalizar uma produção de 413,5 mil toneladas. Caso confirmados esses 10% de redução, a perda deve ser superior a 40 mil toneladas, fechando uma produção de aproximadamente 370 mil hectares. Porém há um temor de uma quebra ainda maior. “Estamos trabalhando com esses 10%, mas é um número mais cauteloso, porque o trigo às vezes surpreende. Alguns produtores falam em até 20%”, assegura Vantroba. 

Nos últimos dez dias, foram registrados cerca de 50 milímetros de chuvas, sendo 30 milímetros no último fim de semana de agosto e mais 20 milímetros neste último, explica o economista. Contudo, esse volume de água veio tarde demais, já que no momento do desenvolvimento, o solo estava muito seco. “Julho ficou quase inteiro sem chover. Até choveu em alguns lugares, mas não foi uniforme. Em agosto vieram frentes frias e somente depois do dia 15 que choveu um pouco. E isso afetou o desenvolvimento, ficou com porte menor e com um número menor de espigas por hectare”, relata. 

Sem chuva, a adubação do trigo não foi correta. Vantroba explica que 20% da área plantada de trigo sequer aplicaram a cobertura de solo. E entre os que aplicaram, cerca de 20% perderam o efeito. “A cobertura de solo é uma pratica muito utilizada mas precisa da umidade de solo para que o efeito aconteça. Isso porque para a adubação nitrogenada no plantio se faz em cima da cobertura, para que ela não se dissolva rapidamente”, informa o profissional do Deral.

Plantio da safra de verão é iniciado

Se as chuvas recentes não foram capazes de impedir a quebra na produção do trigo, o solo úmido está bastante propício para o início do plantio dos cultivos de verão da safra 2018/2019. “Agora os trabalhos no campo serão intensificados, principalmente do milho e do feijão”, esclarece Vantroba. Com o fim do vazio sanitário da soja a partir do dia 10 de setembro, nos próximos dias também serão iniciados, nos municípios mais ao norte da regional (Sengés, ventania, Tibagi), o plantio da soja dentro de dez dias. “Esses vão plantar outra safra depois, então optam por uma soja mais precoce. Eles colhem em janeiro para, em fevereiro, colocar algo, como o feijão o milho. Isso é para a melhor utilização do solo, para que renda uma safra a mais no ano”, conclui o economista do Deral nos Campos Gerais.

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