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Gargalo logístico trava a descarga de soja em PG

Filas se formam em frente às empresas para a descarga do grão. Caminhoneiros fizeram protestos no pátio da Bunge

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Fernando Rogala

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Ponta Grossa ostenta o maior polo moageiro da América Latina. Esse fato potencializa as exportações na cidade, impulsionando o superavit da balança comercial do município. Porém assim como há as vantagens econômicas, há os ônus. Um deles é observado nesta época do ano: com o pico da colheita, se formam os gargalos logísticos para o descarregamento da soja colhida não só no Paraná, mas também outros estados e outros países. Nos últimos dias foram observadas filas para descarregar e, inclusive, um protesto em frente a uma empresa, onde caminhoneiros fecharam o acesso ao pátio da indústria. A justiça foi acionada e uma liminar emitida. 

Em frente a uma delas, a Cofco, as filas começaram a se formar no início de março. Para aguardar para descarregar, motoristas de caminhões estacionavam sobre uma rua de mão dupla no Distrito Industrial, sem acostamento. Após orientações da Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte, as filas cessaram por quase três semanas, mas nesta quarta-feira (28) a situação voltou a se repetir. “Ao estacionar em local proibido, eles fechavam metade da pista. Com isso, os veículos precisavam circular na contramão, com grande risco de colisão. Isso traz risco a todos os funcionários das empresas que têm saída para essa rua”, revelou o funcionário de uma empresa próxima, que preferiu não se identificar. 

Outro caso um pouco mais grave foi registrado na Bunge. Em função de uma lentidão no processo de descarregamento, segundo a empresa em decorrência do pico da safra e a alta umidade dos grãos, necessitando fazer a secagem deles antes de receber, alguns caminhoneiros ficaram dias no aguardo da empresa receber a soja. Isso revoltou alguns deles, que nesta semana fecharam o acesso ao pátio da Bunge – quem estava dentro do pátio não conseguia sair e quem estava fora não conseguia entrar. A alegação dos manifestantes seria que a empresa não estaria acertando as diárias com eles. Diante dessa situação a empresa acionou o jurídico e o sindicato, para resolver a situação. Depois de mais de 24 horas com entrada fechada, uma liminar foi emitida e a polícia compareceu ao local para fazer a liberação.

Um dos caminhoneiros que estava no pátio era Sergio Melo. De Umuarama ele chegou em Ponta Grossa na segunda-feira passada, dia 19. Ele alega que ficou cinco dias em um posto até que a empresa chamasse, se dirigindo para o pátio da Bunge. “O protesto já começou na sexta-feira. A Bunge disse que ia acertar com a Transportadora, que era para os motoristas procurarem a transportadora. Já na segunda disseram que iriam pagar com apoio do sindicato. Foi o dia que os caminhoneiros trancaram o pátio: ninguém entrava e quem estava dentro com o caminhão vazio não conseguia ir embora”, revela. 

Pico da safra da soja e secamento do grão deixam processo lento, diz Bunge

A Bunge emitiu, no final desta quarta-feira (28) uma nota à reportagem do Jornal da Manhã e Portal aRede, explicando a situação. A empresa esclarece os motivos principais do atraso e a forma como foi acertado o pagamento de estadia para os motoristas. Confira o posicionamento na íntegra:

A Bunge informa que nos últimos dias, em decorrência do pico da safra e da alta umidade da soja entregue na unidade de Ponta Grossa, o processo de descarregamento do grão dos caminhões tem sido mais lento, pois há a necessidade de se secar o grão antes de armazená-lo.

Ontem (27) a empresa foi surpreendida pelo bloqueio à unidade, realizado por alguns caminhoneiros, mas já conseguiu uma liminar na Justiça e deve retomar os trabalhos ainda hoje e, no máximo, em 48 horas o problema estará resolvido.

A Bunge destaca que tem efetuado os pagamentos de estadia conforme cada contrato realizado, seja diretamente com o caminhoneiro, seja com a transportadora ou fornecedor de grãos."

AMTT realiza ação de fiscalização

A Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte foi acionada e fez a orientação aos motoristas que pararam em local proibido, nas proximidades da Cofco. Alguns, inclusive, foram autuados. No início do mês a AMTT também atuou, tanto junto aos caminhoneiros quanto às indústrias, sinalizando o local, porém a situação voltou a se repetir. Caso as pessoas observem algum tipo de irregularidade nesse sentido, o Órgão disponibiliza o telefone 0800-645-0832, enviando agentes para a verificação e fiscalização, atuando na medida do possível.

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