"Quem propaga o ódio são viúvas da Ditadura", diz Aliel

O deputado federal Aliel Machado (Rede) esteve em Ponta Grossa após o intenso e turbulento período em Brasília. O parlamentar visitou a sede do Jornal da Manhã na tarde dessa quarta-feira (20) e durante a entrevista disse que quem “propaga o ódio são viúvas da Ditadura Militar”. O deputado salientou que opiniões diversas (e até mesmo contrárias as dele) devem ser respeitadas, mas a discussão não pode se confundir com ataques e ofensas.

Aliel votou não ao processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff (PT) no último domingo (17) - o parlamentar entende que não houve crime de responsabilidade por parte da presidente. “Quem entende de Direito sabe que não há crime de responsabilidade fiscal nas chamadas pedaladas. Eu conversei com vários juristas e estudei o relatório a fundo”, disse Aliel.

O deputado foi alvo de um protesto “extremo” durante a votação do impeachment. Manifestantes expuseram um outdoor com a foto de Aliel na avenida Vicente Machado e a imagem foi alvo de ovos e outros protestos. “Fico me perguntando quem banca esse tipo de manifestação e ataque. As pessoas tem todo o direito de discordar de mim, não sou o dono da verdade, mas é preciso ter respeito”, disse o deputado.

Aliel lembrou que em situações como essa “a história mostrou quem estava do lado certo”. O parlamentar ressaltou que um processo de cassação comandado por Eduardo Cunha (PMDB) não tem legitimidade. “Nós temos no Brasil o presidente da Câmara, acusado de inúmeros crimes, comandando o julgamento de uma presidente”, ponderou. No entanto o parlamentar lembrou que não defende o Governo do PT. “Quem errou, tem que ser preso e o PT já está pagando por isso”, disse.

O protesto contra Aliel também foi criticado pelo vereador Pietro Arnaud, vice-presidente da Câmara e companheiro de partido do deputado. “Aonde já se viu jogar ovos na cara de uma pessoa?”, ponderou Pietro na Tribuna. O vereador lembrou de um vídeo que circula nas redes sociais. “Quem oferece os ovos para os manifestantes são duas pessoas com ficha suja e outra que tem um cargo comissionado”, disse Pietro. O vice-presidente da Câmara também criticou os panfletos apócrifos espalhados pela cidade durante a última semana que denegriram Aliel e o deputado estadual Marcio Pauliki (PDT).

Aliel aposta em novas eleições como solução

Mesmo contrário ao prosseguimento do processo de impeachment de Dilma, Aliel aposta na convocação de novas eleições gerais. “O Brasil precisa de um governo com legitimidade e isso apenas as urnas pode oferecer”, contou. O deputado é co-autor de uma ação que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pede a cassação da chapa Dilma-Temer. O Tribunal começou nessa quarta-feira (20) a produzir provas sobre o processo que investiga possíveis fraudes nas eleições de 2014.